30 de abril de 2010

Experiência Parte 4

Colocou sua testa suada sobre o espaldar fedido a madeira e coxa de escravos que estava na sua frente. Pingos partiam dentre seus olhos e se catalpultavam até explodir no chão frio de cerâmica rococó. Estou enlouquecendo. Falou com sua mão tremula, cujo dedo de repente apontou para pingos de sangue se debatendo contra o chão. Suas pupilas se dilataram. Meu Deus, disse para si mesmo. Pela primeira vez em mais de vinte anos. Sentiu, então, uma mão fria e humida se apoiar sobre seu ombro e pescoço nus. Você precisa de um casaco, disse a voz. Meu Deus, disse. Pela segunda vez em mais de vinte anos.

28 de abril de 2010

Experiência Parte 3

Uma sensação perturbadora começou a se alastrar dentro dele, começando pela ponta dos pés. Um formigamento, um incômodo na área abdominal, sentiu o suor se juntando debaixo do queixo, atrás das orelhas, no couro dabeludo, nas palmas das mãos, que novamente começaram a tremer. Merda! Desculpe. Isso aqui não está dando certo. Foi então, que de repente, lembrou dela.

27 de abril de 2010





Contador Grátis

Experiência 2

Amém, começou. Amém? Que porra eu tou...desculpa, eu disse porra. Merda! Desculpe. Caralho! Esta não é uma boa ideia, pensou ...e pensou de novo. Colocou suas duas mão em cima do banco, uma de cada lado de suas pernas. Apertou ferozmente como quem quer fugir de um predador à espreita. Mas não se mecheu. Vim aqui pra falar contigo. E se eu sair por aquela porta, sem fazê-lo, sem te dizer o que preciso falar, não conseguirei viver e nem morrer em paz. Respirou. Um. Dois. Três. Aqui vai.

(continuará...)


26 de abril de 2010

Experiência 1

Esta é uma experiência. Cada dia postarei a continuação da historia. Procurarei não escerver nada antes do tempo. Dessa maneira, nunguém saberá o que vai acontecer...nem eu! Talvez aconteça algo bom, talvez não...emfim...vamos descubrir!! Obrigado por acompanhar!! Vamos lá!!

Sentou-se na segunda fileira. Depois de ter contado os passos da entrada até o banco, quarenta e seis ao todo, colocara a mão, quase tremula, mas nem tanto, na madeira do espaldar, segurou com força, caso sua respiração o traisse e seu corpo desmoronasse, e sentou-se. Na segunda fileira. Nunca havia estado ali antes, e mesmo assim, reconhecia o silêncio e os leves susurros ecoando contra as paredes frias. Ecos de historias e confissões que não lhe importavam. Há muito tempo não falava com ele, mas sabia que agora era hora, nem que fosse a última vez.

(...continuará)