18 de outubro de 2011

Sem Título

Ele: Não!...Aquele lugar....onde se reza. Qual o nome mesmo?
Ela: Bar?

Motif - Variation 2

Você existe.
Sim. Estou aqui, não estou? ele respondeu perguntando.
Então...
Não, não é bem como você queria, mas mesmo assim aconteceu, ele confirmou com um olhar tranqüilo.
Ele quis cantar algo para ela. Apenas queria aprender a sua língua.
O ar verde esfumaçado de lua crescente.
Ele cantou e, na periferia do olhar dela, ele deixou de existir.
Mais! ela riu. Ela, que cantava tão facilmente quanto respirava, esqueceu-se de qual nota viria depois de sua risada habitual.


Deixaram de existir então, como eram.
Apenas para aprender a ser de outra maneira.
E a lua bebeu o café que estava finalmente pronto.

Almoço a Um

Rio de Janeiro. Final de semana. Hora do almoço. Restaurante cheio. Um casal ao meu lado. Ela: no celular. Ele: no bifão com arroz à piamontese. Silêncio entre eles. Nada. Ela teclando. Ele na batata frita. Silêncio. Ela com as duas mãos segurando o celular e ele no refrigerante “light”. Nada. Nada. Finalmente se olham. Nada. Ela teclando. Ele com o palito de dente. Pedem a conta. Ela comenta, ele ri. Dividem a conta. Cartões exatamente idênticos, de cor laranja “shock”. Pagam. Na porta, saindo, ele esboça um abraço, ela ri. Na esquina os dois rindo. Juntos. Se abraçam, E um beijo. Simples. O sinal abre e vão em frente. E eu, sentado, estupefato, em companhia do meu preconceito. Sozinho. Rio. Muito. Muito Rio. Vai entender. Entendi.

30 de abril de 2010

Experiência Parte 4

Colocou sua testa suada sobre o espaldar fedido a madeira e coxa de escravos que estava na sua frente. Pingos partiam dentre seus olhos e se catalpultavam até explodir no chão frio de cerâmica rococó. Estou enlouquecendo. Falou com sua mão tremula, cujo dedo de repente apontou para pingos de sangue se debatendo contra o chão. Suas pupilas se dilataram. Meu Deus, disse para si mesmo. Pela primeira vez em mais de vinte anos. Sentiu, então, uma mão fria e humida se apoiar sobre seu ombro e pescoço nus. Você precisa de um casaco, disse a voz. Meu Deus, disse. Pela segunda vez em mais de vinte anos.

28 de abril de 2010

Experiência Parte 3

Uma sensação perturbadora começou a se alastrar dentro dele, começando pela ponta dos pés. Um formigamento, um incômodo na área abdominal, sentiu o suor se juntando debaixo do queixo, atrás das orelhas, no couro dabeludo, nas palmas das mãos, que novamente começaram a tremer. Merda! Desculpe. Isso aqui não está dando certo. Foi então, que de repente, lembrou dela.

27 de abril de 2010





Contador Grátis

Experiência 2

Amém, começou. Amém? Que porra eu tou...desculpa, eu disse porra. Merda! Desculpe. Caralho! Esta não é uma boa ideia, pensou ...e pensou de novo. Colocou suas duas mão em cima do banco, uma de cada lado de suas pernas. Apertou ferozmente como quem quer fugir de um predador à espreita. Mas não se mecheu. Vim aqui pra falar contigo. E se eu sair por aquela porta, sem fazê-lo, sem te dizer o que preciso falar, não conseguirei viver e nem morrer em paz. Respirou. Um. Dois. Três. Aqui vai.

(continuará...)


26 de abril de 2010

Experiência 1

Esta é uma experiência. Cada dia postarei a continuação da historia. Procurarei não escerver nada antes do tempo. Dessa maneira, nunguém saberá o que vai acontecer...nem eu! Talvez aconteça algo bom, talvez não...emfim...vamos descubrir!! Obrigado por acompanhar!! Vamos lá!!

Sentou-se na segunda fileira. Depois de ter contado os passos da entrada até o banco, quarenta e seis ao todo, colocara a mão, quase tremula, mas nem tanto, na madeira do espaldar, segurou com força, caso sua respiração o traisse e seu corpo desmoronasse, e sentou-se. Na segunda fileira. Nunca havia estado ali antes, e mesmo assim, reconhecia o silêncio e os leves susurros ecoando contra as paredes frias. Ecos de historias e confissões que não lhe importavam. Há muito tempo não falava com ele, mas sabia que agora era hora, nem que fosse a última vez.

(...continuará)

25 de outubro de 2009

"O Interrogatorio"

Uma vigilia pela humanidade. Uma peça que trata do horor dos que sofreram no Holocausto, independente do lado em que estavam. Uma peça que dura 24 horas. Mais de trinta atores apenas vivendo e contando as historias de alguns sobreviventes. Uma obra escrita por Peter Weiss. Dirigida Por Eduardo Wotzik. E eu, graças a Deus, fiz parte deste projeto, como ator. www.ointerrogatorio.blogspot.com

"A Ultima Quinta"



O meu primeiro "produto" pronto como diretor de cinema, ou de algo que se possa chamar de cinema, é este curta feito com muito carinho e com um pessoal maravilhoso. Estamos indicados para a mostra competitiva do Festival de Cinema Brasileiro de Brasilia!