30 de abril de 2010

Experiência Parte 4

Colocou sua testa suada sobre o espaldar fedido a madeira e coxa de escravos que estava na sua frente. Pingos partiam dentre seus olhos e se catalpultavam até explodir no chão frio de cerâmica rococó. Estou enlouquecendo. Falou com sua mão tremula, cujo dedo de repente apontou para pingos de sangue se debatendo contra o chão. Suas pupilas se dilataram. Meu Deus, disse para si mesmo. Pela primeira vez em mais de vinte anos. Sentiu, então, uma mão fria e humida se apoiar sobre seu ombro e pescoço nus. Você precisa de um casaco, disse a voz. Meu Deus, disse. Pela segunda vez em mais de vinte anos.